Barack Obama chegou ao Brasil no momento em que a ONU autoriza a intervenção militar do imperialismo sobre a Líbia. Com essa intervenção, a guerra desse povo contra a ditadura de Kadafi terá que enfrentar mais uma luta: Contra a repressão imperialista.
A vinda de Obama ao Brasil pretende substituir a imagem desgastada do governo dos EUA pela figura de Bush e se apropriar das reservas do petróleo e do pré sal, que Dilma já lhe oferece. Além de querer avançar o Livre Comércio. Obama cumpre aqui e em todo mundo o mesmo papel de Bush, apenas com uma cara mais simpática.
Dilma recebe o novo senhor da guerra e abre ainda mais as portas do Brasil aos EUA e segue cumprindo um papel de apoio aoimperialismo, principalmente na vergonhosa ocupação militar no Haiti.
Para protestar contra a política imperialista de Obama e entreguista de Dilma, foi organizado um ato pacífico no RJ pela CSP-Conlutas, pela Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre - ANEL e por diversos sindicatos.
Além disso, iniciamos uma jornada nacional, que inclui atos em outras cidades e tem como objetivo denunciar a visita de Obama, a entrega do petróleo, os acordos de livre comércio com o governo brasileiro. Também pretende apoiar a revolução árabe e denunciar os ataques do imperialismo aos povos do mundo, como no Iraque, e que agora se repete na Líbia.
No entanto o ato foi marcado por uma intensa repressão policial desdo o inicio. Houve impedimento da aproximação do caminhão de som e tentativa de acabar com a caminhada na AV. Rio Branco.
Chegando ao Consulado dos EUA o ato iniciou com palavras de ordem, discursos e um sapato foi atirado simbólicamente contra a bandeira dos EUA, repetindo um gesto comum nas revoltas àrabes.
De repente os manifestantes e jornalistas escutaram um explosão e já surpreendidos pela ação da polícia, ação que acredito não precisar descrever aqui.
A polícia prendeu 13 ativistas e declarou que coqueteis de molotov foram jogados contra os políciais.
Segue parte da nota do PSTU sobre nossa opinião a respeito dos acontecimentos:
- Declaramos que nem o PSTU e tampouco qualquer uma das entidades que organizaram o ato concordam ou apoiam atitudes como essa no ato, convocado como uma manifestação totalmente pacífica.
– Este espírito pacífico era compartilhado pelos manifestantes. Entendemos que transformar a passeata em uma batalha apenas favoreceria o imperialismo, evitando que se discuta as verdadeiras intenções da visita. Neste sentido, desconhecemos os autores do ataque e queremos vir a público declarar nossa desconfiança de que provocadores tenham se infiltrado no ato, com esse objetivo.
– Os artefatos lançados não justificam a reação completamente desproporcional da polícia do governador Sérgio Cabral, que agiu atacando e prendendo a esmo. A selvageria se seguiu por várias horas, com policiais perseguindo manifestantes pelas ruas próximas a Cinelândia, revistando e prendendo sem provas.
– A ação policial derruba por terra qualquer respeito à liberdade e os direitos humanos e indica uma criminalização dos protestos, ao melhor estilo dos Estados Unidos. Um exemplo foi dado na delegacia, quando policiais exibiram suas “apreensões”: uma garrafa de cerveja que teria sido usada como parte de um coquetel molotov e um soco inglês. Para que a imprensa fotografasse, foi colocada uma bandeira e um cartaz do PSTU, atribuindo responsabilidade sobre os ataques. Desde quando uma bandeira, um símbolo de um partido político pode ser apresentado como algo criminoso?
– Exigimos uma investigação e uma resposta do governador Sergio Cabral e de seus secretários de Segurança e de Direitos Humanos sobre os fatos desta sexta-feira. Imediatamente, exigimos a libertação de todos os presos, principalmente o menor de idade, que, pela lei, não poderia estar em uma delegacia policial.
– Por último, o PSTU afirma que não deixará de protestar contra os Estados Unidos por conta dos ataques da polícia de Sergio Cabral. Continuaremos nas ruas, e nosso próximo ato será no domingo, às 10h, no Largo do Machado. Convocamos todos a participarem deste ato, e transformar esse dia em um grande repúdio à violência de hoje e a criminalização dos que lutam.
Rio de Janeiro, 18 de março de 2011
PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO
www.pstu.org.br
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