Mãe, mulher, militante de esquerda, professora... não necessariamente nessa ordem!

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Sou mãe da Ana Rosa. Minha guerreira, meu orgulho. Sou militante do PSTU. Meu partido. Sou professora por opção. Não amo pela metade, não falo coisas apenas para agradar, prezo pela verdade. Sou amiga para todas as horas.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Copa mundial na África: Contradições


Mais um espetáculo do esporte. Dessa vez é a copa mundial, sediada no continente africano. A primeira vez que o evento ocorre lá!
A África, que teve suas riquezas naturais saqueadas, seus homens e mulheres raptados e transformados em escravos-mercadorias, andava esquecido, submersa nas epidemias de AIDS. Agora através da África do Sul, se tornou palco do maior espetáculo da Terra.

Muitos, inclusive o ¨Rei Pelé¨, duvidaram que a copa pudesse ser realizada na África do Sul. Em janeiro desse ano, o ônibus da delegação do Togo, que participava da Copa Africana, sofreu um atentado terrorista realizado por uma organização angolana, o que levou muita desconfiança sobre as reais possibilidades da África do Sul sediar um evento desse porte.

A impressão que se tem através da mídia, é que a África acaba de ser descoberta. A imprensa a romantiza, destaca a alegria daquele povo, suas danças típicas, sua fauna exuberante, seus rituais religiosos e suas vuvuzelas barulhentas.

Interessante que, os mesmos que exaltam e enaltecem a riqueza cultural daquele povo, são responsáveis também pela condição de pobreza do continente africano, onde as populações esperam cair dos céus os mantimentos para sobreviverem mais um dia. No entanto a mídia mostra (quando mostra) a miséria como algo abstrato, vindo quase do além, e é na prática varrida para debaixo do tapete. Para quem não sabe, milhares de famílias foram removidas de suas residências e submetidas a condições ainda piores, em casas de lata de 18m², para não estragar a paisagem no percurso entre os aeroportos e os grandes centros.

Muito se falou das greves da construção civil que ameaçaram o levantamento dos novos estádios na África do Sul, mas não foi divulgado em nenhum meio de comunicação, as condições em que trabalhavam aqueles operários. Ningúem disse que o salário deles era de 4,50 rands, ou R$1,10 por hora! Esses operários que ergueram verdadeiros santuários do futebol ficam do lado de fora dos estádios, e assistem às partidas pela televisão. Bem longe do show.

Sem falar no regime do Apartheid, de segregação racial e social, abolido oficialmente em 1990, que durante os jogos ganhou uma nova roupagem, muito mais amena, pretensamente mais simpática, mas não menos preconceituosa. O racismo é tratado como coisa do passado. Não dizem que os negros pobres continuam nos guetos, sem direito de assistir os jogos nos estádios que eles construíram ou reformaram.

¨Sem dúvida, a revolução democrática que colocou abaixo o regime segregacionista do Apartheid foi uma vitória das massas. No entanto, essa revolução que poderia ganhar um conteúdo também social, foi freada e desviada para dentro da institucionalidade burguesa, através da eleição de Nelson Mandela em 1994. Aí está o motivo pelo qual o imperialismo reverencia tanto a figura de Mandela. Ninguém melhor que o líder negro, que esteve preso por mais de 30 anos, que tinha como lema "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!", para pregar a conciliação e a paz entre as classes historicamente antagônicas.¨ (do site do pstu).

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