Mãe, mulher, militante de esquerda, professora... não necessariamente nessa ordem!

Minha foto
Sou mãe da Ana Rosa. Minha guerreira, meu orgulho. Sou militante do PSTU. Meu partido. Sou professora por opção. Não amo pela metade, não falo coisas apenas para agradar, prezo pela verdade. Sou amiga para todas as horas.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Internção, diagnóstico... Nós sem chão!

Em casa notamos que a Ana Rosa era um pouco cansada, transpirava bastante, mas todos diziam que era normal. Seguíamos nossa vida. Mas eu sempre muito desconfiada e algo me dizia que eu tinha que me preocupar com aqueles sinais.

Uma semana depois levamos nossa pequenina ao ambulatório de cardiopediatria da Santa Casa de São Paulo. A médica nos disse que ela estava bem, que o sopro estava fechando, e quanto as queixas que eu fazia ela sempre falava a mesma frase: ''Não se preocupe, mãezinha de primeira viagem tende a exagerar assim mesmo''.
Pediu um ecocardiograma para acompanhar a evolução. Marcou o exame para vinte dias depois.

Nesse tempo íamos curtindo nossa princesa com uma única grande preocupação: A Ana não tinha passado no teste da orelhinha (um teste que fizeram no hospital para saber se ela ouvia bem). Dez dias depois da alta repetimos o teste e ela passou!!
O pediatra se mostrou preocupado com o ganho de peso dela que estava lento demais, e com o sopro, que na opinião dele não estava diminuindo. Seguíamos consultas semanais com ele.
Enquanto isso aguardávamos o resultado do ecocardiograma pedido pela cardiopdiatra.

Dia 16 de agosto, faltava apenas 3 dias para ela completar 2 meses de vida. A levei em consulta de rotina com o Dr. João. Seu pediatra. O médico a examinou minuciosamente, como sempre, e eu notei que ele demorava mais escutando o coração da bebê. Perguntou como estava o acompanhamento com a cardio e eu disse que tinha sido realizado um exame e que estávamos aguardando o resultado. Ele pediu um raio-x do tórax e falou para eu aguardar o resultado. Assim que ficou pronto ele me chamou e disse que eu não deveria esperar a consulta com a cardio, disse que eu tinha que levar a Ana ao pronto socorro com urgência porque ela estava com insuficiência cardíaca. Nosso mundo começava a desabar naquela hora. Fui para casa pensando como faria para levar a Ana à São Paulo naquela hora. Eu de cadeira de rodas, meu marido trabalhando há 3 horas de casa...
Cheguei no portão de casa junto com um carteiro que me entregou um telegrama do hospital onde ela havia feito o ecocardiograma, nele dizia para comparecermos lá no dia seguinte para consulta com a cardiopediatra. Na hora soube que algo estava errado e era grave. Depois de tantos anos convivendo praticamente direto no hospital, já sabíamos que quando recebemos esse tipo de telegrama após um exame, não é para dar boas notícias. Naquela hora olhei para a Ana e disse em voz alta: ''Deve haver alguma coisa errada no seu coraçãozinho, mas vamos cuidar dele e você vai ficar bem''. Combinei com meu esposo de nos encontrarmos lá.
Liguei para um cunhado e pedi que me levasse até a Santa Casa naquela hora mesmo. Com aquele telegrama na mão, uma carta do pediatra explicando que minha filha estava com o coração aumentado e o fígado rebaixado, eu não podia esperar até o dia seguinte para ir até o hospital. Na minha cabeça lá iam medicar e depois voltaríamos para casa.

Vejam como arrumei a Ana Rosa para ir ao hospital. Pensando eu que voltaríamos pra casa naquele dia mesmo, nem levei mala de roupas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário